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Alimentação na Medicina Tradicional Chinesa: Previnir é Mais Fácil que Curar – Parte Final

A Teoria dos Cinco Movimentos baseia-se na observação da especificidade e evolução dos fenômenos naturais. Assim, o movimento Água representa os fenômenos naturais que se caracterizam por retração, profundidade, frio, declínio, queda e eliminação. O movimento Madeira representa os aspectos de crescimento, movimento, florescimento e síntese. O movimento Fogo representa todos os fenômenos naturais que se caracterizam por ascensão, desenvolvimento, expansão e atividade.

O movimento Terra representa os fenômenos naturais que se traduzem por transformação e mudança. O movimento Metal caracteriza os processos naturais de purificação, seleção, análise e limpeza. Existe um intercâmbio e uma transformação contínua de um movimento para outro, regulando o ciclo vital de todos os organismos.

A Teoria dos Zang Fu ( Zang = órgão, Fu = víscera) mostra a concepção da Medicina Chinesa sobre os órgãos internos. Consideram-se três aspectos distintos: o energético, o funcional e o orgânico. O aspecto energético é o estudo das interações energéticas do Yang e do Yin e seu impacto sobre o organismo e o meio. Os níveis funcional e orgânico, inseparáveis do aspecto energético, tratam da fisiologia e anatomia.

Estas três premissas básicas (Yang-Yin, cinco movimentos e Zang Fu) norteiam todos os recursos de avaliação, diagnóstico e tratamento da Medicina Tradicional Chinesa.

FilosofiaNeste contexto, a alimentação também se baseia nestes princípios. Já na avaliação, caracteriza-se os biótipos pelas qualidades constitucionais mais Yang ou mais Yin dos indivíduos, já definindo, por exemplo, que as necessidades alimentares do organismo masculino (Yang) são diferentes das do organismo feminino (Yin). Como Yang ou Yin e distribuídos nos cinco movimentos, também são classificados os alimentos e distribuídos na dieta de forma individual.

Na Teoria dos Cinco Movimentos estão representadas as estações do ano, com seus diferentes climas e influências tanto na produção de alimentos quanto na fisiologia humana (ciclo circadiano), dotando organismos e alimentos de determinadas qualidades e influenciando os ritmos orgânicos. Por exemplo, alimentos de Terra, como o arroz, têm sabor doce e ajudam a criar fluídos orgânicos e a tonificar o organismo. Mas, não só de arroz vive o homem, e, portanto estuda-se também a interação do sabor doce com os demais sabores e sua influência na formação da energia nutritiva que abastece o organismo.

Na Teoria dos Zang Fu estuda-se de forma profunda e detalhada a fisiologia energética, os possíveis desequilíbrios e a influência dos cinco sabores (salgado, azedo, amargo, doce e picante) sobre os órgãos internos, se obtendo assim uma visão do organismo como um todo e a repercussão do processo nutricional sobre o mesmo.

Estudar essas relações constitui o supra sumo da Medicina Tradicional Chinesa em sua visão verdadeiramente holística do Universo, que coloca o ser humano inserido no contexto do meio natural, sofrendo todas as suas influências e sendo um dos seus agentes influenciadores. Baseando suas premissas na indissolubilidade dos laços entre homem e universo, a Medicina Chinesa nos conduz a explorar a vida e a saúde em todas as suas potencialidades e a reconhecer a doença como um processo de desequilibro.

Estes conceitos estão em uníssono com as mais modernas teorias da Física Quântica, da Ecologia e de todo aparato intelectual da ciência e filosofia ocidentais, que passam hoje a lançar novas luzes sobre o desenvolvimento da medicina no Ocidente. O resgate de sabedoria destes conceitos tão antigos vem a somar conhecimento e ser de extrema importância, na arte de propiciar e manter a saúde dos indivíduos e do planeta.

Alimentação na Medicina Tradicional Chinesa: Previnir é Mais Fácil que Curar – Parte 2

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