A obesidade é um fator de risco para vários tipos de problemas cardíacos, incluindo insuficiência cardíaca, fibrilação atrial ( ritmo cardíaco anormal) e risco de morte. A ligação entre obesidade e doença cardiovascular não é totalmente compreendida, no entanto, as pessoas obesas muitas vezes mostram alterações estruturais do coração, incluindo excesso de massa do músculo cardíaco no ventrículo esquerdo e aumento da cavidade ventricular direita. Ambos estão ligados à insuficiência cardíaca e outros problemas relacionados.
Para este estudo, os pesquisadores acompanharam mais de 400 pessoas gravemente obesas (com idade média de 42 anos) que passaram por cirurgias relacionadas ao coração. Eles foram comparados a um grupo de referência, com mais de 300 indivíduos obesos que não fizeram a cirurgia para perda de peso. Dois anos mais tarde, o índice de massa corporal (IMC) dos pacientes caíram significativamente, uma média de 48 (obesidade mórbida) para cerca de 32. A perda de peso médio foi de cerca de 100 quilos.
Um IMC de 30 é classifcado como obesidade, enquanto um IMC de 25 é considerado como peso normal). Os participantes também apresentaram cinturas menores, reduziram a pressão arterial, frequência cardíaca, níveis de colesterol e menor resistência à insulina, um precursor da diabetes.
O ecocardiograma também mostrou uma “remodelação” de sua estrutura cardíaca, incluindo uma redução na massa ventricular esquerda e na área da cavidade do ventrículo direito. Essas reduções de massa cardíaca e de volume indicam um coração menos “estressado”, dessa forma, ele não precisou trabalhar tão duro para bombear o sangue e voltou a uma forma e função normalizada.
Nos últimos anos, o número de cirurgias bariátricas aumentaram significativamente no Brasil, cerca de 6.000 em 1999 e 40.000 em 2009. Vale lembrar que como todas as operações, a cirurgia bariátrica também apresenta riscos.
Complicações potenciais, como por exemplo, coágulos sangüíneos, infecção, parada respiratória, hemorragia gastrointestinal, obstrução do intestino delgado e morte são alguns riscos. De fato, seria melhor se as pessoas perdessem peso por comer melhor e se exercitassem com mais frequência. No entanto, em alguns casos, essas mudanças de estilo de vida são ineficazes, especialmente quando essas pessoas apresentam obesidade mórbida.
Obviamente, mudanças positivas no estilo de vida são sempre muito bem vindas, por isso, a prática de excercícios físicos e uma alimentação saudével com certeza trarrão inúmeros benefícios. O próximo passo é acompanhar pacientes por mais de dois anos, para que se possa anlisar se os mesmos mantém a perda de peso, melhorem a sua saúde do coração, e se apresentam menos problemas cardíacos a longo prazo.