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Pressão no Ambiente de Trabalho Pode Desencadear Transtornos Mentais

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo demonstrou que, em muitos casos, os transtornos mentais estão relacionados às pressões sofridas no ambiente de trabalho, sendo essa, aliás, a terceira causa de afastamento pelo Instituto Nacional do Seguro Social.

Quem coordenou a pesquisa foi um médico do trabalho que trabalha como perito no INSS há alguns, e, após observar que em muitos casos o afastamento tinha relação com fatores comportamentais, resolveu levantar um estudo para analisar as causas desses distúrbios psicológicos, que, via de regra, estão relacionadas com humilhações, agressões verbais e perseguições.

A causa maior desses transtornos comportamentais é o excesso de trabalho imposto e a pressão pela sua execução rápida e eficaz, o que é bastante comum na grande maioria das empresas. Quando não há equilíbrio entre o esforço empregado pelo funcionário e a recompensa oferecida pela empresa, e aqui entra a questão financeira, mas também o retorno em forma de elogios, de reconhecimento e de respeito pelo trabalho e necessidades do indivíduos, é muito maior a probabilidade de ocorrência de transtornos mentais.

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A relação não muito amigável com chefes e colegas é outro fator preponderante para a ocorrência desses distúrbios, assim como a dedicação excessiva ao trabalho.

Os resultados desse estudo são muito importantes para que se estabeleça parâmetros e limites dentro do ambiente corporativo, afinal esses afastamentos causam graves problemas para os funcionários e custam caro. Tão caro que só no ano de 2011 foram gastos nada menos de R$ 213 milhões em pagamentos de benefícios decorrentes de afastamentos gerados por transtornos mentais. No ano de 2011, os afastamentos por transtornos mentais só ficaram atrás dos causados por acidentes e por problemas ortopédicos, o que mostra como o quadro é alarmante.

A pesquisa apontou que quem mais pediu afastamento por esses motivos foram mulheres de alta escolaridade, com mais de 11 anos de estudos. O tipo de trabalho realizado mais comum estava relacionado ao setor de tele atendimento, limpeza e saúde.

Apesar de aparecerem como maioria, o coordenador do estudo acredita que essa fato está relacionado com a maior facilidade que as mulheres possuem, em relação aos homens,  de se queixar, de demonstrar descontentamento, já que elas tendem a cuidar mais da saúde e a frequentar mais médicos, enquanto os homens agem de maneira contrária, só procurando auxílio quando o problema já está em grau avançado.

Quanto à escolaridade, o que se conclui é que o fato de pessoas de alta escolaridade ser preponderante no afastamento por problemas mentais decorre da percepção das mesmas em relação a esses problemas, já que se trata de pessoas com um maior nível de esclarecimento, pessoas que conseguem identificar disparidades, explorações ou opressões. Ou seja, elas identificam com mais facilidade se aquele é ou não um local bom para trabalhar.

A lição a tirar dos resultados desse estudo é que as empresas precisam ficar de olho nos fatores de risco justamente para evitá-los, reduzindo ou minimizando as causas que podem desencadear esse tipo de problema, que causa transtornos para ambas as partes.

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