Embora muitas pessoas imaginem que o uso de bebidas ácoolicas possa ajudar a relaxar, a relação entre estresse e álcool não é tão simples assim, na verdade é uma via de duas mãos. O álcool pode mudar a forma como o corpo administra o estresse, curiosamente, o estresse também pode reduzir os efeitos intoxicantes do álcool, levando os indivíduos a beber mais para produzir o mesmo efeito.
Como resultado, o hábito de consumir álcool para aliviar a ansiedade ou estresse pode fazer algumas pessoas se sentirem piores e prolongar o seu estresse. Quando confrontada com o estresse, a pessoa apresenta reações fisiológicas e emocionais, que ocorrem em diferentes momentos após o evento estressante.
Por exemplo, o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, a liberação de cortisol (hormônio responsável pelo estresse), e também o aumento das sensações de ansiedade e mau humor, podem chegar a um clímax e se dissipar em ritmos diferentes, variando de pessoa para pessoa. Portanto, fazer uso de álcool pode ter efeitos diferentes de acordo com o indivíduo.
O estresse também pode alterar a forma como o álcool faz com que uma pessoa se sinta, ele pode reduzir os efeitos agradáveis do álcool e aumentar o desejo por mais álcool. Fazer uso de álcool para ajudar a gerenciar o estresse realmente pode piorar a situação, pois o estresse também alterara a maneira que o álcool nos faz sentir, automaticamente eleva a probabilidade de aumentar a dose.
Na verdade, o consumo de bebida álcoolica apresenta uma espécie de “gráfico emocional”, no início, o álcool provoca alegria, felicidade e euforia, seguindo uma linha crescente, em alguns minutos o ponto máximo é alcançado e essas sensações não irão aumentar, estacionam e depois começam a cair, fazendo o caminho inverso, dessa forma a alegria abre espaço para tristeza, mau-humor e em alguns casos, a agressividade.
Por isso, é muito comum no dia seguinte a uma bebedeira termos a famosa “ressaca moral” ou ter a impressão que os problemas estão piores que anteriormente. Ampliando mais a questão, nosso corpo pode ser “analisado” pelos “bioritmos”, que são gráficos que representam a nossa mente e o nosso corpo. Pode-se dizer que a bebida álcoolica interfere na trajetória natural desse gráfico emocional, mais ou menos, o que a TPM faz com o gráfico emocional de uma mulher. Por essas e outras, o álcool não deve ser usado como válvula de escape.