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Daltonismo, uma doença próxima da cura

Uma das maiores dádivas da vida de uma pessoa é estar com todos os seus sentidos em pleno funcionamento. Quanto mais temos condições de ouvir, sentir, falar e, principalmente ver, mais temos condições de viver a vida em toda sua plenitude. Certamente, quando um desses sentidos apresenta algum problema, não que isso nos prejudique de viver a vida, mas, com certeza, perde um pouco do seu brilho. É isso que acontece com o daltonismo.

O daltonismo trata-se de uma doença em que se confunde as cores, principalmente o verde e o vermelho que são confundidas, mas vale lembrar que há outros tipos de daltonismo, que também revelam a dificuldade de distinguir o verde do castanho ou também em que as pessoas tem a visão acromática, ou seja, vêem tudo em preto e branco.

Trata-se de uma deficiência hereditária e que está vinculado ao cromossomo X, por isso afeta mais os homens que as mulheres que para ser daltônicas necessitam que dois cromossomos X tenham o gene anômalo. Ressalte-se, porém, que outros fatores também contribuem para o surgimento dessa doença, tais como dano ao cérebro ou à retina. Muitos conhecem o daltonismo como uma doença degenerativa do olho.

Origem do problema

Se observamos a retina, verificaremos que, em condições normais, ela possui receptores sensíveis às cores, que, por sua vez, têm pigmentos seletivos para as cores verde, vermelha e azul. A deficiência ocorre quando um desses pigmentos apresenta uma quantidade reduzida. Essa doença ganhou o nome de daltonismo em 1794, pelo fato de John Dalton, físico inglês, que tinha desenvolvido a teoria atômica, decidiu comprender o mal que o acometia. Nos Estados Unidos, um dos poucos países, em que há um estudo estatístico sobre esse mal, sabe-se que afeta cerca de 8% da população masculino e apenas 0,64% da feminina. Um outro dado chama a atenção: um a cada 12 homens são daltônicos.

Diagnóstico amplo

A certeza de que se tem daltonismo pode ser diagnosticada várias formas: Por meio de um aparelho chamado anomaloscópio de Nagel em que se examina o campo de visão do individuo em duas partes – na primeira, iluminada por uma luz monocromática amarela, e na segunda, por diversas luzes monocromáticas verdes e vermelhas. Nesse caso, o paciente deve tentar igualar os dois campos; pelo uso de lãs de Holmgreen, que permite que se avalie a capacidade de se separar determinados fios de lã em diversas cores e finalmente pelo mais usado, o teste de cores de ishihara em que se exibe vários cartões pontilhados em diversas tonalidades distintas. Uma figura é desenhada em cartão contendo um grande número de pontos com tonalidade que apresentam uma ligeira variação entre si e que pode ser vista por uma pessoa com visão normal, mas que um daltônico encontra dificuldades de visualizar.
Uma doença ainda sem tratamento

O daltonismo, por ter um caráter degenerativo, não tem cura e também não tem maneira de ser tratada. O máximo que se pode fazer é usar certos tipos de lentes de contato que auxiliam a distinguir mais detalhadamente cores. No entanto, já se sabe que diversas pesquisas já estão sendo desenvolvidas com o intuito de facilitar ainda mais essa distinção. Uma delas, em estágio bem avançado, desenvolvido em 2009 pelas universidades da Flórida e de Washington, dos EUA, conseguiram, por meio da terapia genética, curar micos-de-cheiro do daltonismo, o que indica que, brevemente, teremos novidades .  Enquanto elas não vêm várias são as invenções já existentes para, ao menos facilitar a vida dos daltônicos. Recentemente Daniel Ruoso, desenvolveu o libcolorblind, um software que transforma cores possibilitando que cores dúbias sejam postas em posições diferentes do espectro de cor, para o daltônico possa diferencia-las em posições distintas. Esse programa foi desenvolvido para que os portadores da doença possam navegar em sites coloridos da internet. Já algumas cidades foram mais além, com a introdução de semáforos adaptados para os portadores de daltonismo, com uma faixa branca ao lado da luz amarela, o que permite que o daltônico perceba qual a cor do sinal aceso pela posição da luz, acima ou abaixo da faixa.

A despeito de todas dificuldades, diversos estudos vem sendo realizados e muitas descobertas curiosas vem surgindo. Em um artigo publicado pela BBC online, constatou-se que o daltonismo pode representar uma vantagem evolutiva sobre as pessoas que têm visão normal, pois os daltônicos conseguem ver certas nuances nas cores que os ditos normais não enxergam. Nesse contexto, sabe-se, por exemplo, que os daltônicos visualizam mais matizes de violeta. Para se ter uma noção de como enxergam mais detalhes, durante a segunda guerra mundial verificou-se que os soldados daltônicos apresentavam mais facilidade para perceber camuflagens ocultas na mata. Além disso, percebeu-se que possuem uma visão noturna superior.

Ao que parece, o  fato é que a natureza é pródiga em compensar. Os budistas dizem que no universo prevalece a lei do equilíbrio. E, nota-se que faz algum sentido, pois se não enxergam perfeitamente, confundindo cores, ou simplesmente não vendo cores nenhuma, possuem visão mais aguçada para aquelas que enxergam, numa espécie de compensação. De qualquer forma, aquele que sofre desse mal, não deve se abalar, porque novidades estão por vir.

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