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Dermatite ocupacional: está na hora do trabalhador ficar atento

Quando estamos a procura de uma colocação no mercado de trabalho, estamos sempre priorizando, melhores salários, se a empresa é conhecida ou não, o que nos conferirá um certo status profissional, se ela possibilita que tenhamos uma ascensão profissional, e seus benefícios, mas raramente nos preocupamos se ela não nos prejudicará a nossa saúde. Da mesma maneira, raramente nos preocupamos, ao escolhermos uma determinada profissão, se estamos preparados para colher não somente os bônus, mas também o ônus daquela ocupação. Pois é, tal preocupação, à médio e longo prazo, se justifica, visto que é na maturidade que acabaremos colhendo os frutos de nossa imprudência. É nesse contexto que se insere as dermatoses ocupacionais.

Poucas pessoas se dão conta do local onde vão trabalhar, as condições de trabalho que a empresa oferece, itens considerados fundamentais para a preservação da saúde e o bem- estar do trabalhador. O fato é que esse descaso acaba gerando alergias, que se manifestam na pele, ocasionando as dermatites ocupacionais, entre elas destaca-se a dermatite de contato ou eczemas. Quando isso ocorre, a pele fica vermelha, com descamação e coceira. No entanto, se for muito intensa, pode formar bolinhas de água, com eliminação de líquido na área afetada.

A dermatite ocupacional somente é percebida quando o trabalhador tem contato com o agente causador. Assim se diariamente ele tem de mexer com elementos químicos, observará uma espécie de ulceração na pele ou uma ulceração e quando ele vai para casa, a dermatite diminui, voltando novamente quando ele retorna ao trabalho no dia seguinte. Na maioria das vezes, no entanto, os trabalhadores não têm consciência do que se passa.

Profissões que oferecem mais riscos

Há algumas ocupações que oferecem maiores riscos, pelo fato de estarem inteiramente expostos, a certos produtos. As pessoas que trabalham com limpeza, no caso, a(o)s faxineiras(os) podem adquirir a candidíase ungueal, que provoca o deslocamento e deformação das unhas, os veterinários, esporotricose , uma micose provocada pelo fungo da espécie Sporothrix schenckii e que afeta muitos animais, pedreiros, cabeleireiros também são outros profissionais que também são constantemente afetados. Muitas vezes, no entanto, esse tipo de dermatose pode estar relacionada a outros fatores como frio, calor, radiações ionizantes e não ionizantes.

Diagnóstico: importante a participação do trabalhador

Normalmente, o diagnóstico desse tipo de dermatose costuma ser muito lento, por que? Porque, em primeiro lugar, é preciso que o trabalhador conte a história detalhada sobre a doença e como é seu ambiente de trabalho, em que condições que ele trabalha. Nesse aspecto, qualquer tipo de informação ajuda. Em seguida, faz-se um exame físico de toda a pele. Caso haja alguma suspeita de micose, então encaminha-se o paciente para que se submeta a um exame micológico direto e cultivo de fungos. No entanto, o exame mais importante nesse processo é o teste de contato que explica a alergia a uma certa substância

O uso de cremes como bons protetores

Feito o diagnóstico, é muito importante a utilização de cremes. Vale lembrar que os cremes já eram utilizados desde a década de 1960 nas empresas multinacionais, no entanto somente duas décadas depois é que eles passaram a ser estudados mais minuciosamente. Esses estudos possibilitaram que fosse possível para proteger a pele de trabalhadores que não têm condições de usar luvas de PVC, Nitrile, Neoprene, pelo fato de a substância que compõe essas luvas serem alérgicas. A partir da década de 1990, a maioria das empresas brasileiras resolveu aderir ao uso do creme protetor, mas isso foi feito mais por imposição da lei. Em 1992, foi inserido no inciso II, do item 6.3, da NR6, entre os EPIs voltados para a proteção dos membros superiores, por meio da portaria n◦3 de 20/02/1992. No entanto, dois anos depois, foi introduzida uma nova portaria, a de n◦ 26, sobre a extensão do uso do creme não somente nos membros superiores, mas no corpo todo. O fato é que, após 11 anos, o número de dermatoses diminuiu acentuadamente entre os trabalhadores que utilizaram esses cremes nas grandes e médias empresas.

Outro fator que ajuda bastante é que nas empresas haja fácil acesso à água corrente, quente e fria, por meio de torneiras, chuveiros que facilitem a higiene pessoal imediata, principalmente em empresas que trabalhem com produtos químicos, e que haja a possibilidade de fazer constantes trocas de uniforme.

Cabe às empresas, periodicamente, fazer uma manutenção dos equipamentos e deixar o ambiente o mais saudável possível para que o trabalhador possa executar sua função, sem prejudicar sua saúde e cabe ao trabalhador perceber que não adianta aceitar uma proposta de trabalho porque, simplesmente paga bem, mas que não oferece as mínimas condições possíveis de trabalho. Afinal quem cala, consente.

 

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