Crianças cujos pais fumam tendem a perder mais dias de aula do que seus colegas de escola cujos pais não são fumantes. Possivelmente, isso ocorre devido a uma taxa maior de infecções respiratórias, revela um novo estudo (Saúde e Vida). Pesquisadores descobriram que entre 3.100 famílias, as crianças que viviam com fumantes perderam em média oito dias de aula do ano letivo, por conta de problemas relacionados ao tabagismo domiciliar.
Essas crianças também apresentavam mais infecções no ouvido e problemas respitatórios em relação aos seus colegas de escola, o que em parte, explica a ligação entre o tabagismo domiciliar e os dias de aula perdidos. Mesmo não sendo uma diferença muito grande, a pesquisa mostra que além de interferir no desempenho escolar da criança, o fumo passivo é extremamente prejudicial a saúde de uma criança, e a nova pesquisa serve como incentivo para que os pais deixem de fumar.
Especialistas em saúde recomendam que as crianças sejam protegidas do fumo passivo, pois o mesmo pode aumentar o risco de infecções respiratórias, como bronquite, pneumonia, asma grave e síndrome de morte súbita infantil.
O impacto causado pelo fumo passivo sobre a saúde é muito mais extenso do que o novo estudo mostrou, pois a pesquisa analisou cerca de três condições associadas à exposição ao fumo, todavia, existem diversos outros. E uma vez que os níveis de absentismo relatados apresentaram apenas a média, provavelmente, existem crianças que convivem com um número muito maior de fumantes, e obviamente, isso pode aumentar significativamente possíveis problemas de saúde.
Ao contrário do que possa se pensar, quando uma crianças perde um dia de aula, não é somente a criança que pode ser afetada, pois consequetemente, um membro da família terá que ficar à disposição dessa criança para cuidá-la.
Os pesquisadores estimam que as ausências nas escolas ligadas ao fumo domiciliar custaram cerca de R$ 110 milhões de salários perdidos em 2005, supondo que o pai ou mãe precisou ficar em casa cuidando do filho ao invés de trabalhar. Uma vez que quase metade dos fumantes no estudo em questão tinham baixa renda, esse impacto pode ser muito mais forte sobre as famílias menos favorecidas.
Em geral, estes resultados ilustram a extensão do impacto do tabaco causado em uma criança e no bem-estar familiar, destacando a desvantagem acadêmica e os encargos financeiros provocados nas famílias em que os pais fumam. Obviamente, dias de aulas perdidos e dinheiro não se comparam a saúde das pessoas que sofrem com efeitos do cigarro, por isso, a saúde deve ser o motivo principal para que o cigarro seja abandonado.