Mulheres que sofrem estimulações ováricas, com o intuito de produzir ovócitos para a fertilização in vitro,correm o risco de desenvolverem “tumores ovarianos borderline”. É o que sugere uma nova pesquisa feita na França. Tumores borderline de ovário normalmente não são agressivos, de acordo com o National Cancer Institute (EUA). Mesmo se a propagação do tumor é rápida, a grande maioria das mulheres conseguem sobreviver.
Mesmo assim, o tratamento para tumores borderline de ovário podem exigir cirurgia extensa. Para o estudo, os pesquisadores examinaram dados de mais de 10 mil mulheres inférteis, que foram submetidos à estimulação ovariana. As pacientes foram divididas em dois grupos, metade das mulheres que fizeram a fertilização in vitro e a outra metade das mulheres não realizaram a fertilização. Após 15 anos de acompanhamento, as mulheres foram submetidos à estimulação ovariana regularmente.
Os dados mostram claramente que a estimulação ovariana para fertilização artificial faz com que o risco de tumores ovarianos borderline seja elevado, sendo que, esse risco é maior depois de 15 anos do início do tratamento do que após o primeiro ciclo do tratamento
. Porém, o número de mulheres que desenvolveram esse tipo de tumor sem ter feito a fertilização foi significativamente pequeno. O risco cumulativo anual na população em geral em relação ao câncer de ovário (mulheres acima dos 55 anos) é de apenas 2%. As mulheres que se submetem à fertilização in vitro correm um risco maior, de aproximadamente 4%.
O baixo número de mulheres que desenvolveram tumores malignos de ovário nesse estudo, impediu os pesquisadores de fazer estudos mais aprofundados, que iriam analisar os mecanismos dos riscos.
Se de fato for afirmado que as mulheres que recebem doses elevadas de drogas estimulantes correm um risco significativamente maior de desenvolver câncer de ovário, então, seria muito importante e fundamental que as mulheres que desejam passar por esse precedimento sejam informadas sobre os riscos que serão expostas.
Durante a última década, vários estudos haviam considerado os riscos à longo prazo da estimulação ovariana, assim como os outros procedimentos praticados no processo de fertilização in vitro. Felizmente, a maioria dos relatórios de tese tem sido reconfortantes, em termos de risco de câncer de ovário. Esta nova pesquisa destacou a presença de riscos anuais de tumores borderline. No entanto, muitos pesquisadores afirmam que os riscos à longo prazo são chamados de “baixa ordem de vigilância”, ou seja, não apresentam dados relativamente significativos para serem tomados como alarmantes.