Mulheres que sofrem de epilepsia correm risco maior de infertilidade, sugere uma nova pesquisa. O estudo analisou 400 mulheres que planejavam ter um filho, com idade média de 26 anos de idade. O estudo acompanhou as mulheres até o momento da gravidez ou pelo prazo de 10 anos. Dentre elas, 64% ficaram grávidas, sendo que, a taxa de infertilidade entre mulheres com epilepsia foi o dobro em relação a população geral.
Mulheres que tomam três ou mais medicamentos para epilepsia, apresentavam chances ainda maiores de se tornarem infertéis em relação às mulheres que não faziam uso desse tipo de medicamento, cerca de 60% contra 7%. As taxas de infertilidade foram 41% maiores para as mulheres que faziam uso de dois medicamentos contra epilepsia e 32% maiores para aquelas que faziam uso de apenas um medicamento contra a doença.
Essas condições aparecem devido aos efeitos adversos causados pelo uso de várias drogas , pois mulheres que fazem uso de várias drogas simultaneamente são mais propensas a ter epilepsia grave, que de fato é muito mais difícil de ser tratada. Os pesquisadores descobriram que a droga fenobarbital foi associada ao risco significativo de infertilidade.
Os resultados do estudo foram publicados na sexta edição da revista “Mulher Saudável”. Com base nestes resultados, mulheres com epilepsia devem ser informadas sobre o risco de infertilidade, sendo encaminhadas para uma avaliação mais detalhada, caso não tenham conseguido engravidar dentro de dois anos.
Algumas medicações antiepilépticas, incluindo o fenobarbital, podem afetar o metabolismo de hormônios normais em mulheres com epilepsia. Este efeito será maior em doses mais elevadas e pela adição de vários outros fármacos antiepilépticos, que podem ser esperados em casos mais graves de epilepsia.
Todavia, pacientes com epilepsia grave podem vir a ter uma maior incidência de problemas cognitivos, transtornos de humor e hipossexualidade, que também podem levar a maiores taxas de infertilidade. As causas da infertilidade feminina também podem estar associadas a outros fatores, como ovulatório, tubário, uterino e endometriose.
Atualmente, existem diversos tratamentos para a infertilidade, que devem ser estudados e adotados de acordo com cada caso. A infertilidade feminina é muito comum, algumas vezes acontece sem causa aparente, o que torna o tratamento extremamente difícil. Fatores psicológicos também podem ser a causa da infertilidade feminina, porém, não acontecem com tanta frequência. Por todos esses motivos, é extremamente importante buscar acompanhamento médico, pois só assim o tratamento é feito de forma correta e segura, garantindo a saúde da mãe e do bebê.