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Judô o exercício do equilíbrio, serenidade e saúde

O Judô, oriundo das técnicas guerreiras dos antigos samurais, chegou a nossos dias graças a estudos do Prof. Jigoro Kano, observando a natureza. Notou que, no decorrer do inverno, árvores frondosas, de caule e galhos rígidos, quebravam-se sob o peso da neve, enquanto árvores delgadas, de caule e ramos flexíveis cediam, curvavam-se ao peso da neve, desenvencilhando-se de sua carga e voltando à posição original incólumes.

Concluiu, sabiamente, que contrapor-se a uma determinada força, nem sempre é a melhor opção.

Aplicou este conceito à arte marcial da qual era adepto, o Jiu Jitsu, eliminando, alterando e criando, chegando a um novo estilo, ao qual deu o nome de Judô, cujo significado é “Caminho da Suavidade”.

Este conjunto de técnicas, que constitui um significativo instrumento de autodefesa, mais que um estilo de luta, compreende uma filosofia de vida.

Seus exercícios buscam além do óbvio aprimoramento técnico, o desenvolvimento do equilíbrio, da agilidade, flexibilidade, promover a saúde física e mental, a serenidade, a auto-estima e o respeito ao próximo, que se traduz em vida harmoniosa.

Enquanto luta, o Judô é uma das artes marciais de origem japonesa.

No meio esportivo, é detentor do status de esporte olímpico.

No âmbito das competições, regionais, nacionais e internacionais, além da óbvia obtenção de medalhas, coroamento aos esforços individuais e coletivos, há outro benefício que é a difusão de novos aprimoramentos. Entenda-se que o judô, hoje, é um esporte universal, praticados por diversos povos, com compleições físicas diferentes entre si. Desta forma, ocorrem pequenas nuances, pequenas adaptações, conforme as características físicas do povo praticante.

A prática do judô ocorre em academias, agremiações e associações específicas. As instruções e ensinamentos se dão por um graduado que é chamado de Sensei (professor, mestre).

O local da prática chama-se Dojo e é merecedor de respeito, por parte dos praticantes e aficionados.

Há uma vestimenta apropriada à prática do esporte, resistente, chamada Kimono.

Cabe, aqui, um parêntese, para uma explicação a respeito dos oponentes lutarem “agarrados”.

O tal “agarramento” tem um nome, “pega”, e foi instituído com finalidade didática, de forma a permitir treinamento e disputas entre adeptos do esporte.

Ocorre que a base deste esporte está diretamente ligada às técnicas samurais da guerra. Tais técnicas dominam agressão e reação a agressões do oponente.

O judô está situado nas técnicas de reação à agressão. Para compreensão da “pega”, vamos imaginar a agressão ocorrendo através de um empurrão no peito. A reação normal a este empurrão seria um esforço contrário de forma a não perder o equilíbrio e cair. A reação, sob o prisma do judô seria contrária. Desta forma, o judoca cederia ao empurrão, isto é, daria um passo para trás, ao mesmo tempo em que, segurando o braço ou pulso do agressor, puxaria o oponente, provocando seu total desequilíbrio. Com isto, estaria usando o esforço do agressor contra ele, e a seu favor.

Muito bem, a “pega”, neste exemplo, substitui o segurar o braço do oponente. Portanto, para efeito de treino ou competição, este ato já teria ocorrido. Estaria se iniciando o ato subseqüente, ou seja, a reação propriamente dita.

Isto posto, podemos afirmar que o judô obedece a um processo evolutivo contínuo. O grau de evolução do praticante pode ser observado através da faixa que ele porta na cintura, à guisa de prender o Kimono.

Apesar das variações que ocorrem de uma instituição para outra, podemos dizer que os iniciantes portam faixas nas cores branca, amarela, verde, roxa e marrom, culminando na preta, quando passa a ser reconhecido como graduado. As cores têm esta ordem, significando que aqueles que portam a faixa branca estão no início do processo, enquanto aqueles com preta finalizaram a iniciação.

Isto não significa, de forma alguma, o final do processo evolutivo. Após receber a faixa preta, o praticante passa por nova graduação, desta feita reconhecível através das fitas branca inseridas na extremidade de sua faixa. Cada dita significa mais um grau no processo evolutivo e recebe o nome de “Dan”. Assim, um praticante com quatro fitas na faixa, é um faixa preta quarto Dan. A maior graduação possível é o décimo Dan, quando o praticante recebe o nome de Shiran, ou mestre dos mestres.

Esta graduação é alcançada por uns poucos praticantes, e ao final de uma vida de treinos e evolução.

O judô chegou às Américas, em particular aos Estados Unidos, por volta de 1900, quando começaram a surgir algumas academias naquele território.

Apesar disto, o grande show de apresentação, não só do judô, mas do conjunto das artes marciais nipônicas, se deu no decorrer da 2ª Guerra Mundial.

Nas situações em que havia o combate corpo-a-corpo, os americanos iam à luta confiantes da vitória, devido à sua compleição física, em comparação com seus oponentes. Seria algo assim como Davi e Golias.

Da mesma que na história bíblica, os grandalhões saiam da peleja derrotados e arrebentados.

Desconcertados e humilhados, buscando explicação para o inusitado, não só os americanos, mas o Ocidental veio a ter contato e poder desfrutar dos benefícios advindos destas milenares técnicas orientais.

Está faltando disposição para malhar?

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