Mais e mais crianças com déficit de atenção (TDAH) que atuam fora de forma agressiva estão sendo tratados com medicamentos antipsicóticos, além de medicamentos estimulantes para ajudar a controlar suas explosões voláteis. Essa é uma tendência que muitos pais e profissionais da saúde mental infantil acabam seguindo. No entanto, um novo estudo realizado por pesquisadores da França, sugere que com ajustes cuidadosos, o uso de medicação estimulante por si só pode reduzir significativamente ou eliminar o comportamento agressivo em pelo menos metade dos casos.
Os resultados foram um achado inesperado que ocorreu durante a fase do estudo, onde foi analisado se o uso do medicamento antipsicótico divalproex (Depakote) para crianças agressivas cujos comportamentos voláteis não eram controlados.
Os pesquisadores acompanharam 65 crianças com idades entre 6 e 13 anos, para determinar o regime de estímulo mais eficaz e melhor tolerada para cada uma delas. Todas as crianças com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) foram iniciados com uma dose baixa de trifásico-metilfenidato.
Durante as avaliações semanais, os pesquisadores regularam a dose até que os sintomas da criança foram bem controlados, até que os mesmos pudessem tolerar quaisquer efeitos secundários (principalmente insônia e perda de apetite).
Crianças e seus pais também tiveram sessões semanais de terapia comportamental, onde os pais foram incentivados a enfatizar os momentos em que seus filhos foram capazes de mostrar auto-controle e gerenciar melhor suas frustrações. O objetivo era ajudar os pais a desenvolver incentivos e recompensas, enquanto ao mesmo tempo, estabelecer limites em torno de alguns dos problemas de comportamento. No fim das reduções do medicamento, que durou uma média de cinco semanas, 32 das crianças mostraram melhoras significativas no seu comportamento agressivo.
Na última década, tem havido um grande aumento no uso de medicamentos antipsicóticos para reduzir comportamentos destrutivos em crianças, e em muitos casos, essas drogas não são necessárias, muito pelo contrário, podem afetar a saúde de uma criança de forma significativa, abrindo espaço para outras doenças.
De fato, em alguns casos é preciso fazer uso destes medicamentos, todavia, vários fatores devem ser anlisados antes que essa medida seja tomada. É muito importante que as crianças e seus pais não desanimem se a primeira dosagem da droga ADHD não funcionar, isso não quer dizer que não irá surtir efeito posteriormente.
Assim como a asma e muitos outros problemas de saúde, muitas vezes é preciso é preciso insisistir no tratamento até que certos tipos de medicamentos façam efeito.