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O uso de beta-agonistas de longa duração em crianças asmáticas é seguro?

Novos estudo afirmam que quando a medicação para a asma, conhecida como beta-agonistas de longa duração, é usada sozinha, é associada a um risco maior de complicações graves. Além disso, o risco de complicações associado ao uso desses medicamentos, incluindo intubação, hospitalização e morte, foi ainda maior em crianças do que em adultos. No entanto, quando beta-agonistas de longa duração são combinados com os corticosteróides inalados, o aumento do risco parece diminuir significativamente.

Em um estudo realizado na Inglaterra, foi revelado que as pessoas que faziam uso de beta-agonistas corriam risco maior em relação as pessoas que não faziam uso do medicamento. Além disso, o risco foi maior na população asmática mais jovem. Outro fator importante é que em um pequeno subgrupo que fez uso de betas-agonistas e corticóides inalatórios [ICS] (fazendo uso de forma coerente), não foram encontrados riscos elevados. No entanto, este subgrupo era pequeno, por isso os resultados em questão são inconclusivos.

A atual meta-análise incluiu 110 estudos clínicos com dados de quase 3 mil pessoas asmáticas. A pesquisa analisou pessoas com idades entre 4 e 30 anos.

No geral, os pesquisadores descobriram que 6,3 dos eventos por 1.000 pacientes (por ano), ocorreram em pessoas que faziam uso de betas-agonistas em comparação com aqueles que não tomavam a medicação. Esses eventos incluíram crises asmáticas, hospitalizações, intubações e mortes.

Em crianças entre as idades de 4 e 11 anos, a diferença entre os dois grupos foi de 30,4/eventos por 1.000 pacientes/ano. Em crianças entre as idades de 12 e 17 anos, a diferença foi de 11,6 por 1.000 pacientes/ano. O estudo foi programado para identificar tendências e não para analisar casos individuais.

Às vezes achamos que os produtos que funcionam bem em adultos não funcionam bem em crianças, e no caso de beta-agonistas podem haver várias explicações. Pode ser que a asma seja uma doença diferente nas crianças, ou pode estar relacionado com as vias aéreas das crianças, que são menores do que as de adultos.

Seja qual for a razão para o maior risco de complicações em crianças, é importante saber que se o seu filho necessita de beta-agonistas, eles devem ser combinados com outro medicamento. Vale lembrar, que se os sintomas da criança continuarem presentes mesmo com combinação de medicamentos, é importante consultar um médico o mais rápido possível. Esta meta-análise sugere que temos mais a aprender, por isso, novos estudo já estão sendo feitos, para que várias questões sejam esclarecidas.

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