Um novo estudo espanhol revela ligações entre o consumo de álcool de estudantes universitários e o comprometimento da memória, como a capacidade reduzida para lembrar listas de palavras.Pesquisadores têm estudado os efeitos do álcool durante anos, numa tentativa de descobrir como isso afeta as pessoas. Não está claro se a difuldade na capacidade de lembrar palavras teria impacto na capacidade dos estudantes de aprender. No entanto, a bebida em excesso realmente compromete a capacidade de executar tarefas que exigem uma boa memória, até mesmo se a bebedeira aconteceu dias antes.
Essas descobertas podem ter implicações importantes para os estudantes que tem o hábito de beber muito nos fins de semana e depois voltam a estudar durante a semana. Acreditava-se que os jovens eram mais resistentes aos efeitos do álcool em relação aos adultos. Porém, estudos realizados em animais indicaram o contrário, afirma a autora do estudo “Maria Parada”.Sabemos agora que durante a adolescência, o cérebro ainda está amadurecendo e que o álcool pode interferir nesse desenvolvimento.
No entanto, pouco se sabe sobre o que acontece no sistema nervoso durante a adolescência, se essas mudanças são diferentes de acordo com gênero, e como elas são afetadas pelo consumo de álcool. No novo estudo (Universidade Vita Nova), pesquisadores deram testes de memória para 62 estudantes universitários que bebiam frequentemente, e 60 que não bebiam, todos com idade entre 18 e 20 anos. Os estudantes tiveram dois testes de memória, no qual eles foram convidados a recordar palavras e lembrar de detalhes das imagens apresentadas.
Obviamente, os pesquisadores levaram em consideração a margem de erros gerada por outros fatores, como os diferentes níveis de inteligência dos participantes. Mesmo assim, os estudantes que consumiam álcool tiveram a pior pontuação em ambos os testes. De fato, isto não quer dizer que a bebida reduz as habilidades de memória, entretanto, ele mostra que os dois podem estar conectados.
O uso abusivo de álcool na adolescência pode causar a destruição de neurônios, impedindo a realização de sinapses, fundamentais no processo de aprendizagem. Nessa fase da vida, o cérebro tem mais condições fisiológicas de processar e também de armazenar informações. O consumo de álcool causa a alteração da memória e a perda dos reflexos, o que pode contribuir para diversos tipos de acidentes. Além de todos esses problemas, o adolescente que tem o hábito de beber em excesso fica muito mais vulnerável a ter relações sexuais sem proteção, se expondo a diversos tipos de doenças sexualmente transmissíveis.