A ajuda mútua entre adolescentes que estão em tratamento contra o abuso de drogas pode reduzir as crises de abstinência em relação ao álcool e outros tipos de drogas, sugere um novo estudo. Crises de abstinência e a influência de outras pessoas são as principais causas de recaída durante e após o tratamento.
O estudo incluiu 100 homens e 100 mulheres (jovens delinquentes), com idades entre 14 e 18 anos, referidos pelos tribunais para o tratamento de abuso de substâncias. A maioria dos adolescentes foram internados pelo uso abusivo de maconha (92%), álcool (65%), cocaína (37%) e cerca de 48% era dependente de mais de uma droga. Eles foram entrevistados nos primeiros 10 dias depois começarem o programa de tratamento de 12 passos e dois meses mais tarde, quando tiveram alta do programa. A ajuda positiva entre os colegas do tratamento melhorou quatro de sete substâncias alvo do tratamento.
Dois tipos de sintomas desejo e direito narcisista foram reduzidos, enquanto o funcionamento psicossocial também foi melhorado. O estudo também descobriu que os adolescentes que passaram mais tempo em atividades religiosas (como o culto de oração e meditação) durante a vida, eram mais propensos a ajudarem os outros durante o programa de tratamento.
As descobertas indicam que a participação no serviço de programas de 12 passos pode reduzir os sintomas de crises de abstinência vivida por adolescentes em tratamento de álcool e outros tipos de drogas, por isso, é importante que de alguma maneira as instituições estimulem essa proximidade entre os adolescentes internados.
Da mesma forma, os participantes que tinham uma formação religiosa maior se mostravam mais abertos e participavam mais ativamente dos 12 passos do tratamente, o que consequentemente é revertido em melhores resultados de saúde.
Como a maioria das religiões encorajam comportamentos altruístas, os jovens que iniciam o tratamento com maior formação religiosa podem ter um desempenho melhor nos programas de recuperação aplicados pelas instituições. Por sua vez, o tratamento de jovens entrando com baixa ou nenhuma formação religiosa pode exigir maior esforço, tanto da instituição quanto do próprio paciente, onde muitas vezes é necessária uma abordagem diferente para que resultados positivos sejam alcançados.
Por isso, é muito importante que a pessoa tenha contato (independente de religiões) com a religiosidade, que pode ajudar a direcionar os passos de uma pessoa e a colocar seus “pés no chão”. Estando internados ou não, esses adolescentes devem ser apoiados por seus amigos e familiares, que devem mostrar que se importam e os amam, independentemente do problema que estão passando.