Os homens com câncer de próstata que estão sendo tratados com a terapia hormonal parecem não correr maior risco de morte por doenças cardíacas, de acordo com uma revisão de estudos feita nos EUA. Terapia hormonal chamada “terapia de privação de andrógeno” é uma base de tratamento do câncer de próstata. Vários estudos anteriores descobriram que a terapia pode aumentar o risco de eventos cardíacos ou até mesmo morte por câncer de próstata.
A crescente preocupação fez com que novas pesquisas fossem feitas, para apurar e esclarecer esse possível risco. No entanto, a nova pesquisa (uma análise de oito estudos clínicos que analisou mais de 4.000 pacientes acompanhados por cerca de uma década) chegou a uma conclusão diferente. Para a maioria dos homens com câncer de próstata agressivo, a terapia de privação de andrógeno foi associada a melhor sobrevivência e nenhum aumento no risco de morte por causas cardiovasculares.
No entanto, nota-se que os homens que participaram do estudo tendem a ser mais saudáveis do que a média dos pacientes, e ainda é possível que aqueles com doença cardíaca subjacente, como um ataque cardíaco anteriormente ou insuficiência cardíaca congestiva, poderia ainda ser prejudicado por essa terapia.
A advertência declarada anteriormente pode ter levado alguns homens que teriam se beneficiado com a terapia de privação de andrógeno parar com o tratamento, por medo de possíveis problemas cardiovasculares. O “pêndulo” pode ter balançado muito longe da terapia de privação de andrógenos, que de fato salva vidas de homens com câncer de próstata agressivo. Por isso, este estudo deve ser reconfortante para a grande maioria dos homens que precisam da terapia de privação de andrógeno.
Para os homens que tomaram hormônios por seis meses, a incidência global de morte cardiovascular foi de 10,6%, em comparação com 10,3% para os homens que não adotaram terapia hormonal.
Para aqueles que tomaram hormônios por três anos ou mais, a incidência de morte cardiovascular foi de 11,5%, o mesmo número apresentado pelos homens que não recebem terapia hormonal. Entre os homens que recebem terapia hormonal, 443 morreram de câncer de próstata e 522 dos homens que não receberam terapia hormonal também vieram a falecer. Os pesquisadores afirmam que os benefícios da terapia hormonal superaram os riscos. No futuro, os estudos devem ser abertos a todos os interessados de modo a obter resultados mais realistas, baseados em todos os pacientes, não apenas em um subconjunto.
Homens que adotaram a terapia hormonal precisam ser monitorados para potenciais problemas cardiovasculares, especialmente os homens com histórico de doença cardíaca ou derrame. É preciso entender que há uma relação risco-benefício em cada população, por isso, não há uma regra absoluta.