Sabe-se que uma boa higiene salva milhões de vidas, protege as pessoas de inúmeras infecções bacterianas e virais. Mas há uma preocupação crescente de que a estrita observância da boa higiene, um meio valioso de proteger a saúde, deixou o homem aberto a outras formas de doença. Os defensores da “hipótese da higiene” acreditam que a exposição reduzida a bactérias, vírus e parasitas tem prejudicado a capacidade do sistema imunológico de responder adequadamente aos desafios ambientais.
Os pesquisadores identificaram a hipótese da higiene como uma possível causa ou fator agravante de uma série de doenças e problemas médicos. Tais como: Distúrbios gastrointestinais, como doenças inflamatórias intestinais e doenças auto-imunes, como diabetes tipo 1 e esclerose múltipla. É muito fácil perceber essas condições, se você vive em uma fazenda ou cuida de um cão, é menos provável que tenha esses transtornos. Se você é o filho mais novo de uma família grande, também será menos provável que sofra com esses transtornos.
Os pesquisadores afirmam que a hipótese da higiene tem suas raízes na teoria da evolução. A linha inferior são organismos que estavam presentes na lama, água não tratada e nas fezes, que estavam conosco desde o início da humanidade.
Os defensores da hipótese da higiene acreditam que o corpo humano se adaptada a esses organismos e começou a usá-los como um meio de treinar o sistema imunológico. O que aconteceu ao longo da evolução foi por conta desses erros que tiveram de ser tolerados, eles vieram para ativar a tolerância do sistema imunológico.
As bactérias no ambiente ensinam o corpo a dar uma resposta imunológica aos alérgenos que são mais moderados e menos graves. Na ausência dessas bactérias, o sistema imunológico se torna mais propenso a doenças alérgicas. Pesquisadores argentinos, por exemplo, tem mostrado que a presença de parasitas intestinais pode moderar a progressão da esclerose múltipla.
Por outro lado, essas revelações trazem riscos para a população de forma geral. Os médicos estão preocupados, pois algumas pessoas podem usar a hipótese da higiene como uma desculpa para abandonar a boa higiene, causando um surto de doenças, como disenteria e cólera. A saúde pública tem sido a única grande melhoria na nossa expectativa de vida, por isso, não é recomendável que se abandone a higiene. Precisamos descobrir como substituir o que é bom a partir do ambiente microbiológico, mantendo os avanços da boa higiene, para que possamos obter o melhor dos dois mundos.