Espinheira santa, também conhecida como salva-vidas, alguém conhece? Pra quem não conhece, a espinheira santa é um arbusto verde e alto que contém uma série de princípios ativos como cafeína, maitanprina, isotenginona III, maitanbutina, maitenina, tingenona , maitansina, congorosina A e B, friedelina, ácido salasperônico, ácido friedelinol, flavonoides, ácidos clorogênicos, sais minerais e oligoelementos, dentre outros.
Ela é chamada de “santa”, pois é tida pela população como a cura para diversos males.
Apesar de ser mais comum no sul do país, é bastante consumida no nordeste em forma de chá para o tratamento de úlceras, gastrites e problemas estomacais. Além disso, é indicada em casos de dispepsias, gastralgias, como anti-espasmódica, diurética, antiasmática, antitumoral, antisséptica, digestiva e em casos de hiperacidez no estômago.
Pra quem acha que todos esses benefícios não passam de crendice popular, vale lembrar que a planta é reconhecida pelo Ministério da Saúde como eficaz no tratamento de desordens gástricas, mais, inclusive, que a ranitina e a cimetina, que são medicamentos comumente utilizados nesses casos.
Uma coisa importante, que é bom ressaltar, é que há mais de cinco anos a espinheira santa vem sendo utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como fitoterápico no tratamento de gastrites e úlceras.
Ademais, ela não causa reações adversas sérias, ao contrário dos medicamentos comuns, que costumam apresentar efeitos nocivos, e pode ser utilizada pela grande maioria das pessoas sem maiores problemas, exceto crianças menores de seis anos de idade, gestantes e lactantes.
Estudo realizado na Universidade Federal do Paraná constatou o efeito gastroprotetor da espinheira santa, que decorre da arabinogalactana, substância presente em sua composição, que previne lesões gástricas desde que administradas antes dos possíveis agentes agressores.
Além disso, outros estudos sustentam seus efeitos benéficos sobre o sistema digestivo, pois ela efetivamente reduz a acidez estomacal, aumenta a produção de mucina, que é a secreção que protege o estômago da ação do ácido clorídrico, e possui ação antioxidante.
Não se sabe ainda se a espinheira santa é eficaz em casos de úlceras pré-existentes, mas é fato que ela protege a mucosa e reduz a acidez estomacal, o que já é indício de que ela ajuda na melhora das feridas já formadas. Além disso, há a suspeita de que os taninos presentes nessa planta consigam “curar” úlceras, já que possuem ação cicatrizante, formando uma espécie de filme protetor que ajuda na regeneração dos tecidos já lesionados.
Estudo recente realizado com a espinheira santa demonstrou que um de seus ativos, a maitenina, que é um terpeno, possui ação antibacteriana em relação às bactérias gram positivas como a streptococcus spp, bacillus subtilis e satfilococcus aureus. Além da ação antibacteriana, a maitenina apresentou ação inibitória contra determinados tumores em alguns dos experimentos feitos, mas sobre isso não existem ainda estudos conclusivos.
Além disso, há indícios de que a espinheira santa ajude, ainda, a reduzir a pressão arterial, já que possui efeito vasorrelaxante, já que dilata os vasos e facilita o fluxo de sangue. Até o momento não existem estudos e resultados conslusivos, mas as pesquisas em andamento demonstram resultados promissores nesse sentido.