Com frequência, diversas pessoas experimentam uma estranha sensação ao vivenciarem um acontecimento ou passarem em algum lugar no qual nunca estiveram antes. Uma espécie de repetição de algo que jamais fora vivido.
A essa impressão de que estamos voltando no tempo e repetindo algo que nunca chegou a acontecer, é dado o nome de déjà vu, uma expressão de origem francesa cujo significado é “já visto”. E aí, será que você já tinha lido este post antes, em algum lugar?
Como a ciência explica o fenômeno…
A ocorrência do déjà vu ainda desperta a curiosidade de muitos cientistas em todo o mundo. Entretanto, um estudo da Faculdade de Medicina de Masaryk, na República Tcheca e do Central European Institute of Technology (CEITEC MU), indicou um caminho para compreender melhor o assunto.
A descoberta dos pesquisadores dá conta de que determinadas partes do cérebro guardam estrita relação com o acontecimento dessa sensação. Com base em exames de ressonância magnética realizados em mais de uma centena de voluntários, chegou-se à conclusão de que o hipocampo, estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro e responsável pela geração de nossas memórias, apresentava um tamanho menor em indivíduos que apresentavam com frequência eventos de déjà vu. E, quanto maior era a ocorrência do fenômeno na vida dessas pessoas, menores eram essas estruturas cerebrais.
De acordo com o cientista Milan Brázdil, do CEITEC, isso ocorre em virtude da superexcitação de células nervosas nos hipocampos mais sensíveis, o que provocaria uma espécie de “falha no sistema”, dando origem a essas lembranças de coisas que nunca aconteceram.
É comum a confusão que muitos fazem, inclusive, utilizando incorretamente esse termo para designar as experiências que determinadas pessoas observam, de terem a sensação de que algo vai acontecer e, imediatamente o fato se tornar realidade, na sequência.
Tipos de déjà vu
São duas as categorias nas quais se divide esse fenômeno. A mais comum delas é o déjà vu associativo, que ocorre com pessoas normais e saudáveis. Nesses casos, cuja responsabilidade se encontra nos centros de memória do cérebro, quando se ouve, vê ou cheira algo, tem-se a impressão de já ter vivido esse momento antes.
Já o déjà vu biológico ocorre com frequência entre pessoas que possuem epilepsia do lobo temporal, fazendo-as acreditar que essa sensação já ocorreu, de fato, em suas vidas, em vez de apenas experimentarem uma sutil impressão do evento.
Observa-se o déjà vu, também, em casos psquiátricos como a ansiedade, a depressão, a esquizofrenia e os distúrbios dissociativos.